quarta-feira, 21 de março de 2012

O Melro

Porque hoje é dia mundial da poesia, e porque esta semana vi noutro blog (AQUI) um post de uma bela poesia, achei que não era descabido publicar também “nesta horta” uma cativante poesia.
Confesso que não sou muito afecto à poesia – sou mais à prosa! Talvez derivado (?) à minha iniciação… que verdade seja dita, foi muito áspera…com poemas de Álvaro de Campos (Fernando Pessoa) e Pablo Neruda.
Encontrei o entendimento da poesia, em primeiro lugar e acima de todos, na simplicidade e pureza dos versos de Guerra Junqueiro. Com ele aprendi que a poesia não é “chata nem um bicho-de-sete-cabeças”…pois ele transmite os sentimentos com muita limpidez.

Para quem estiver interessado em ler boa poesia, aconselho estes dois livros do autor:
O poema que apresento de Guerra Junqueiro, descobri-o aqui há uns dez a doze anos atrás; e achei-o tão eloquente e sublime que merece destaque neste dia em honra dos poetas.
O poema não é livro, pois encontra-se inserido entre outros poemas no livro “A Velhice do Padre Eterno” (este livro é uma sátira à religião...mas salva-se o poema do Melro)
E porque não o melro (?), essa avezinha tão eloquente na arte da poesia, do canto em serenata e da oração.
Dá gosto de ouvi-lo logo após o amanhecer (Primavera e no Verão), a plenos pulmões, acordar toda a vizinhança, em cantos de louvar e graças aos Céus, pelo dia de paixão que tem pela frente.
E ao final do dia, é um regalo escutar a sua oração mais melancólica, num tom suave e cansado, de uma jornada plena de graças…
Nota:
Aviso já - este poema é belo mas também é trágico. Portanto, quem for muito susceptível é melhor ter uns lenços à mão…
O MELRO

          O melro, eu conheci-o:
Era negro, vibrante, luzidio,
          Madrugador, jovial;
          Logo de manhã cedo
Começava a soltar, dentre o arvoredo,
Verdadeiras risadas de cristal.
E assim que o padre-cura abria a porta
          Que dá para o passal,
Repicando umas finas ironias,
          O melro; dentre a horta,
          Dizia-lhe: "Bons dias!"
          E o velho padre-cura
não gostava daquelas cortesias.

O cura era um velhote conservado,
Malicioso, alegre, prazenteiro;
Não tinha pombas brancas no telhado,
          Nem rosas no canteiro:
Andava às lebres pelo monte, a pé,
          Livre de reumatismos,
Graças a Deus, e graças a Noé.
O melro desprezava os exorcismos
          Que o padre lhe dizia:
Cantava, assobiava alegremente;
          Até que ultimamente
          O velho disse um dia:

"Nada, já não tem jeito!, este ladrão
          Dá cabo dos trigais!
          Qual seria a razão
Por que Deus fez os melros e os pardais?!"

          E o melro entretanto,
          Honesto como um santo,
          Mal vinha no oriente
          A madrugada clara,
Já ele andava jovial, inquieto,
Comendo alegremente, honradamente,
Todos os parasitas da seara
Desde a formiga ao mais pequeno insecto.
E apesar disto, o rude proletário,
          O bom trabalhador,
Nunca exigiu aumento de salário.

Que grande tolo o padre confessor!

          Foi para a eira o trigo;
          E, armando uns espantalhos,
          Disse o abade consigo:
"Acabaram-se as penas e os trabalhos."
Mas logo de manhã, maldito espanto!
          O abade, inda na cama,
Ouvindo do melro o costumado canto,
          Ficou ardendo em chama;
          Pega na caçadeira,
          Levanta-se dum salto,
E vê o melro, a assobiar, na eira,
Em cima do seu velho chapéu alto!

          Chegou a coisa a termo
Que o bom do padre-cura andava enfermo;
          Não falava nem ria,
Minado por tão íntimo desgosto;
E o vermelho oleoso do seu rosto
Tornava-se amarelo dia a dia.
E foi tal a paixão, a desventura
(Muito embora o leitor não me acredite),
          Que o bom do padre-cura
          Perdera  o apetite!

Andando no quintal, um certo dia,
Lendo em voz alta o Velho Testamento,
Enxergou por acaso (que alegria!,
          Que ditoso momento!)
Um ninho com quatro melros, escondido
          Entre uma carvalheira.

E ao vê-los exclamou enfurecido:

"A mãe comeu o fruto proibido;
Esse fruto era minha sementeira:
          Era o pão, e era o milho;
          Transmitiu-se o pecado.
E, se a mãe não pagou, que pague o filho.
É doutrina da Igreja. Estou vingado!"

E, engaiolando os pobres passaritos,
          Soltava exclamações:
          "É uma praga. Malditos!
Dão me cabo de tudo esses ladrões!
Raios os partam! Andai lá que enfim"

E deixando a gaiola pendurada,
Continuou a ler o seu latim,
          Fungando uma pitada.

Vinha tombando a noite silenciosa;
E caía por sobre a natureza
Uma serena paz religiosa,
          Uma bela tristeza
Harmónica, viril, indefinida.
          A luz crepuscular
Infiltra-nos na alma dorida
Um misticismo heróico e salutar.
As árvores, de luz inda douradas,
Sobre os montes longínquos, solitários,
Tinham tomado as formas rendilhadas
          Das plantas dos herbários.
Recolhiam-se a casa os lavradores.
Dormiam virginais as coisas mansas:
          Os rebanhos e as flores,
          As aves e as crianças.

Ia subindo a escada o velho abade;
A sua negra, atlética figura,
Destacava na frouxa claridade,
          Como uma nódoa escura.
E, introduzindo a chave no portal,
          Murmurou entre dentes:

          "Tal e qual tal e qual!
Guisados com arroz são excelentes."

Nasceu a Lua. As folhas dos arbustos
Tinham o brilho meigo, aveludado,
Do sorriso dos mártires, dos justos.
Um eflúvio dormente e perfumado
Embebedava as seivas luxuriantes.
Todas as forças vivas da matéria
Murmuravam diálogos gigantes
          Pela amplidão etérea.
São precisos silêncios virginais,
Disposições simpáticas, nervosas,
Para ouvir falar estas falas silenciosas
          Dos mundos vegetais.
As orvalhadas, frescas espessuras,
Pressentiam-se quase a germinar.
Desmaiavam-se as cândidas verduras
Nos magnetismos brancos do luar.

E nisto o melro foi direito ao ninho.
Para o agasalhar, andou buscando
Umas penugens doces como arminho,
Um feltrozito acetinado e brando.
          Chegou lá, e viu tudo.
Partiu como uma flecha; e, louco e mudo,
Correu por todo o matagal; em vão!
Mas eis que solta de repente um grito
Indo encontrar os filhos na prisão.

"Quem vos meteu aqui?!" O mais velho,
Todo tremente, murmurou então:

"Foi aquele homem negro. Quando veio,
Chamei, chamei Andavas tu na horta
Ai que susto, que susto!, ele é tão feio!
Tive-lhe tanto medo! Abre esta porta
E esconde-nos debaixo da tua asa!
Olha, já vão florindo as açucenas;
Vamos a construir a nossa casa
          Num bonito lugar
Ai! quem me dera, minha mãe, ter penas
          Para voar, voar!"

         E o melro alucinado
          Clamou:

                         "Senhor! senhor!
É porventura crime ou é pecado
          Que eu tenha muito amor
          A estes inocentes?!
Ó natureza, ó Deus, como consentes
Que me roubem assim os meus filhinhos,
          Os filhos que eu criei!
Quanta dor, quanto amor, quantos carinhos,
          Quanta noite perdida
          Nem eu sei...
          E tudo, tudo em vão!
          Filhos da minha vida
          Filhos do coração!!!
Não bastaria a natureza inteira,
Não bastaria o Céu par voardes,
E prendem-vos assim desta maneira!
          Covardes!
A luz, a luz, o movimento insano,
Eis o aguilhão, a fé que nos abrasa
          Encarcerar a asa
É encarcerar o pensamento humano.
A culpa tive-a eu! Quase à noitinha
          Parti, deixei-os sós
A culpa tive-a eu, a culpa é minha,
          De mais ninguém! Que atroz!
          E eu devia sabê-lo!
Eu tinha obrigação de adivinhar
Remorso eterno! eterno pesadelo!

Falta-me a luz e o ar! Oh, quem me dera
          Ser abutre ou fera
Para partir o cárcere maldito!
E como a noite é límpida e formosa!
          Nem um ai, nem um grito
Que noite triste!, oh, noite silenciosa!"

E a natureza fresca, omnipotente,
          Sorria castamente
Com o sorriso alegre dos heróis.
          Nas sebes orvalhadas,
Entre folhas luzentes como espadas,
          Cantavam rouxinóis.

         Os vegetais felizes
Mergulhavam as sôfregas raízes
A procurar na terra as seivas boas,
Com a avidez e as raivas tenebrosas
Das pequeninas feras vigorosas
Sugando à noite os peitos das leoas.
A lua triste, a Lua merencória,
          Desdémona marmórea,
Rolava pelo azul da imensidade,
Imersa numa luz serena e fria,
          Branca como a harmonia,
          Pura como a verdade.
E entre a luz do luar e os sons das flores,
Na atonia cruel das grandes dores,
          O melro solitário
Jazia inerte, exânime, sereno,
Bem como outrora o Nazareno
          Na noite do calvário!

Segundo o seu costume habitual,
          Logo de madrugada
O padre-cura foi para o quintal,
Levando a Bíblia e sobraçando a enxada.
          Antes de dizer missa,
O velho abade inevitavelmente
          Tratava da hortaliça
E rezava a Deus-Padre Omnipotente
          Vários trechos latinos,
Salvando desta forma, juntamente,
As ervilhas, as almas e os pepinos.

E já de longe ia bradando:

                                "Olé!
          Dormiram bem? Estimo
          Eu lhes darei o mimo,
Canalha vil, grandíssima ralé!
Então vocês, seus almas do Diabo,
Julgam que isto que era só dar cabo
          Da horta e do pomar,
E o bico alegre e estômago contente,
E o camelo do cura que se aguente,
Que engrole o seu latim e vá bugiar!
Grandes larápios! Era o que faltava
          Vocês irem ao milho,
          E a mim mandar-me à fava!
Pois muito bem, agora que vos pilho
Eu vos ensinarei, meus safardanas!
Vocês são mariolões, são ratazanas,
Têm bico, é certo, mas não têm tonsura
E, nas manhas, um melro nunca chega
Às manhas naturais de um padre-cura.
O melhor vinho que encontrar na adega
É para hoje, olé! Que bambochata!
Que petisqueira! Melros com chouriço!
          E então a Fortunata
Que tem um dedo e jeito para isso!
Hei-de comer-vos todos um a um,
Lambendo os beiços, com tal gana enfim,
Que comendo-vos todos, mesmo assim
Eu fico ainda quase em jejum!
E depois de vos ter dentro da pança,
          Depois de vos jantar,
Vocês verão como o velhote dança,
Como ele é melro e sabe assobiar!"

Mas nisto o padre-cura, titubeante,
          Quase desfalecendo,
Atónito de horror, parou diante
          Deste drama estupendo:

O melro, ao ver aproximar o abade,
          Despertou da atonia,
Lançando-se furioso contra a grade
          Do cárcere. Torcia,
Para os partir os ferros da prisão,
Crispando as unhas convulsivamente
          Com a fúria dum leão.
Batalha inútil, desespero ardente!
Quebrou as garras, depenou as asas
          E alucinado, exangue,
          Os olhos como brasas,
Herói febril, a gotejar em sangue,
Partiu num voo arrebatado e louco,
          Trazendo, dentro em pouco,
Preso do bico, um ramo de veneno.
E belo e grande e trágico e sereno,
Disse:
          "Meus filhos, a existência é boa
Só quando é livre. A liberdade é a lei,
Prende-se a asa mas a alma voa
Ó filhos, voemos pelo azul! Comei!" -

E mais sublime do que Cristo, quando
Morreu na Cruz, maior do que Catão,
Matou os quatro filhos, trespassando
Quatro vezes o próprio coração!
Soltou, fitando o abade, uma pungente
Gargalhada de lágrima, de dor,
E partiu pelo espaço heroicamente,
Indo cair, já morto, de repente
Num carcavão com silveiras em flor.

E o velho abade, lívido d'espanto,
          Exclamou afinal:
"Tudo o que existe é imaculado e é santo!
Há em toda a miséria o mesmo pranto
E em todo o coração há um grito igual.
Deus semeou d'almas o universo todo.
Tudo que o vive ri e canta e chora
Tudo foi feito com o mesmo lodo,
Purificado com a mesma aurora.
Ó mistério sagrado da existência,
          Só hoje te adivinho,
Ao ver que a alma tem a mesma essência,
Pela dor, pelo amor, pela inocência,
Quer guarde um berço, quer proteja um ninho!
Só hoje sei que em toda a criatura,
Desde a mais bela até à mais impura,
Ou numa pomba ou numa fera brava,
Deus habita, Deus sonha, Deus murmura! 
*
Ah, Deus é bem maior do que eu julgava"

E quedou silencioso. O velho mundo,
Das suas crenças antigas, num momento,
Viu-o sumir exausto, moribundo,
          Nos abismos sem fundo
Do temeroso mar do Pensamento.
E chorou e chorou A Igreja, a Crença,
Rude montanha, pavorosa, escura,
Que enchia o globo com a sombra imensa
Dos seus setenta séculos d'altura;
O Himalaia de dogmas triunfantes,
Mais eternos que o bronze e que o granito,
Onde aos profetas Deus falava dantes,
Entre raios e nuvens trovejantes,
Lá dos confins sidérios do infinito;
Esse colosso enorme, em dois instantes
Viu-o tremer, fender-se e desabar
          Numa ruína espantosa,
Só de tocar-lhe a asa vaporosa
Duma avezinha trémula, a expirar!
 *
 E, arremessando a Bíblia, o velho abade
Murmurou:
                "Há mais fé e há mais verdade,
          Há mais Deus concerteza
Nos cardos secos dum rochedo nu
Que nessa Bíblia antiga Ó Natureza,
A única Bíblia verdadeira és tu!..."

Guerra Junqueiro
«O facto em que se baseia este poemeto, conquanto pouco conhecido, é absolutamente verdadeiro.
Os melros e algumas outras aves, como os pintassilgos e os rouxinóis, quando lhes encarceram os filhos, envenenam-nos. Muitas vezes, (sarcasmo trágico, crueldade sublime!) deixando-os vivos, arrancam-lhes a língua!
Ora, nem todos os melros, pintassilgos e rouxinóis assassinam os filhos, quando lhos prendem. Só o fazem os mais extraordinários, os mais heróicos. O que demonstra que a acção é livre e responsável, e não um simples produto duma fatalidade orgânica.
É pena que Michelet ignorasse este facto. Que páginas divinas que ele não teria escrito! “L´Oiseau” ficou incompleto.»

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Não sou nenhum espert em matéria de ornitologia, apenas um simples conhecedor de jardim.
Isto para dizer que, tenho para mim que os melros são um tanto ao quanto fugazes e desconfiados mas, quando estão em plena temporada de criação são os "antípodas" da descrição que acabei de fazer, ou seja: são destemidos e sem vergonha, até quase que lhes chamaria provocatórios... Mas tudo, claro está, em sacrifício pelos filhotes.
(Admiro a personalidade desta ave!)
É verdade que ainda estamos em Março mas, com este tempo tão anormal e quente, é bem possível que já haja namoricos consumados...
 Imagens retiradas da Internet.

3 comentários:

BIA disse...

... Tive durante anos melros no jardim. Acredito que me cumprimentavam de madrugada e à noitinha de regresso ao ninho. Certo dia um dos gatos cá de casa, caçadores como eles só, atirou do alto da árvore africana, três melros ainda nús... e os melros desde aí, nunca mais foram os mesmos. Agora fazem ninhos na fazenda em frente à minha casa e são vários casais!


Vieram-me as lágrimas aos olhos com este belo poema que desconhecia!


Muito lhe agradeço a Partilha.

Abraço verdejante

BIA

Uma Horta no Minho disse...

Olá Beatriz,

Agradecido pelo seu comentário, e por ter partilhado o seu poema sentimental.
Os gatos são o animal (mamífero) que mais aprecio (pela brincadeiras malucas, mimos e independência), no entanto também são aqueles que mais me conseguem transtornar... pois o seu instinto selvagem entra em "confronto" com o meu entendimento...
Aqui também havia um casal de melros que chegou a fazer ninho numa laranjeira (duas vezes) e num alecrim (uma vez). Pois não é que em todas essa vezes os gatos esperaram que os melrinhos já tivessem granditos - quase a sair do ninho -, para depois os petiscarem????
Em todas as vezes foi como uma facada no coração; e a última, na laranjeira (grande e mais velha do que eu), onde havia dois melrinhos, numa noite de primavera aqui à meia dúzia de anos, acordo às 3 da manhã com um barulho de gatos, saio ao quintal para acabar com a contenda e, o que vejo, dois gatos pegados em cima da laranjeira...Horrorizado, percebi imediatamente o cenário, e revoltado "atirei-me" aos gatos (sem sucesso, mas se os tivesse apanhado essa noite, não lhe teria compaixão). O meu acordar a meio da noite ainda foi a tempo de salvar uma vida, mas para um dos melrinhos já era tarde demais.
Nunca mais os melros voltaram a procriar nas árvores da horta. E o melro macho, já com mais de dez anos, vinha todas as noites dormir numa das laranjeiras - era a sua casa sagrada. Este macho era o tal a "quem" faço o elogio no post do blog, pois era um verdadeiro soprano, infelizmente, na última primavera, e talvez pela velhice...deixou-se apanhar por um gato. Tinha acabado de chegar a casa, foi mesmo questão de poucos minutos, pois quando vi o gato a fugir e fui ver, o melro ainda estava quente, mas já sem cabeça...
Sim, senti uma revolta tão grande ao ponto de matar o gato se o apanhasse - não o nego!!!
Nesta altura já tomou conta da laranjeira "sagrada" outro melro - muito provavelmente um filho do falecido "soprano", mas este não chega nem aos "calcanhares" do progenitor em canto.
Saudações,
António

Sansoni7 disse...

Olá
Este ano criei uma melga á mão. Quando entendi que estava «pronta», desloquei-me a cerca de 100 metros de casa, junto de uma quinta com muitos melros e libertei-a. Olhou para mim por uns segundos e voou para uma árvore...stava livre!

No dia seguinte estava no quintal da minha casa pedindo comida.
Continua por cá; cmome e bebe....vai dar os seus voos e volta.

Dois ou três dias depois de ser libertada era assim:

http://www.youtube.com/watch?v=mEh9XbmByIs&list=UUzO_NSnojwJDDYvEzGQB8eQ&index=1&feature=plcp

Agora está masi «arisca»....e ainda bem.

Cumprs