Por várias vezes ao longo de dias tentei dar
início a este post/artigo, mas ficava sempre apático… e acabava por não
encontrar palavras para descrever o tema.
Primeiro porque não sabia qual nome dar em
título: se “capar/podar/devastar/mutilar…”??? E segundo porque a primeira
imagem é plagiada…
Tentei fazer isto sem pedir autorização do
fórum a que pertence, e por isso trabalhei o sistema no Gimp, mas o resultado
não serviu (a segunda imagem anexada), pois mal se percebe; além disso não sabia
trabalhar com essa geringonça (gimp, etc), e para fazer aquilo levou-me
semanas, de tal forma que me fez ganhar mais cabelos brancos…
Resolvi a questão…utilizando a imagem do fórum
francês, onde “aproveitei” o “tronco” do tomateiro original, e modifiquei os cachos de tomates mais as
folhas e ramos - tudo no Paint.
Assim sendo, o plágio…passa encoberto…pois não
me apeteceu ir lá pedir a permissão (já fui membro participante do fórum. Saí
por vontade própria, sem qualquer desavenças com quem quer que seja). Mas em
todo o caso, deixo aqui os links de referência ao fórum onde eu “bebi” a
informação deste artigo!
A finalidade desta técnica – ao contrário do
que afirmei à Bia, e peço desculpa pela indução em erro -, é obter tomates mais
volumosos, e quiçá (?) também saborosos. Mas também possui um senão: isto deve
ser feito em temporadas “com previsões” de um Verão longo, pois este proceder atrasa
o desenvolvimento da planta – como é lógico! Se fosse feito só o corte após o
segundo cacho, e se suprimisse todos os ladrões, com a intenção de não deixar
crescer mais o tomateiro, então o resultado seria meia dúzia de tomates
enormes…e uma temporada temporã para este tomateiro…
Passo a explicar o procedimento.
- Primeira
Geração: É chamado assim ao tronco/caule que vem do solo, e que se
corta após o surgimento do segundo cacho de tomates.
A força do tomateiro vai então “recair” em
maior percentagem no crescimento dos frutos.
Atenção: nunca fazer o corte sem primeiro
haver nascido um ladrão da axila, logo acima do segundo cacho! Este ladrão dará
vida à segunda geração deste processo.
Quero aqui salientar que isto é apenas um
desenho, e que não representa no original um tomateiro, ou seja: onde se vê os
ramos/folhas e os cachos não quer dizer que estão correctamente representados
na sua origem. A localização dos cachos e ramos aqui representados, foi feita
só em prol do espaço que o desenho dispunha e dava mais jeito.
- Segunda
Geração: Chama-se assim ao ladrão que dá seguimento ao tronco principal,
mas como já referido, este nasce da axila do último ramo da primeira geração.
Também aqui a equação é a mesma, ou seja:
deixa-se nascer mais dois cachos de tomates, e após o surgimento de um ladrão
na axila do ramo logo acima do segundo cacho, corta-se outra vez a ponta do
caule principal.
De novo a força recairá nos frutos dos dois
cachos.
Terceira Geração: Ou a última! Tudo
igual aos processos anteriores. Só que aqui não posso afirmar se haverá tempo
para o amadurecimento de dois cachos, ou então até pode haver tempo para três…
Fica ao critério do horticultor. Mas ajuda se a ponteira for cortada.
Já
referi anteriormente que este processo tem um
“senão” – necessita de temporadas longas de calor -, mas fui lisonjeiro… com o
“um”, pois existe outro “senão”, e é
de levar em grande conta!
Passo
a explicar:
Sempre
que se corta/poda/capa um tomateiro (etc), está-se a abrir a porta à doença,
pois onde foi feito o corte fragilizou a planta, e é exactamente por aí que os
“inimigos” atacarão.
Uma
planta com todos os seus membros intactos, possui uma enorme percentagem de
sair vencedora, se for atacada por uma das várias doenças que um hortícola pode
“ter”; ao contrário de uma que foi capada ou podada.
É
claro que “todos” utilizamos o capar e podar com objectivos definidos (Frutos
temporões. Frutos saborosos. Frutos com maior dimensão); mas também se deve
levar em conta que ao “sub-carregar” a planta com tal sacrifício, também se
está a desprotege-la das suas defesas naturais!
Não
guardei os links de referência sobre este comentário mas, tenho lido já em
vários sítios que, muitos horticultores, simplesmente deixaram de
capar/podar/devastar tomateiros, tudo em prol de plantas e frutos sãos.
Dois
exemplos que me vem agora á memória são: Se carregarem no link que leva para o
site de Dan McMurray – encontra-se do lado direito do blog, no “ficheiro” «Hortas e Cia Ltda.» -, e verem as
imagens do cultivo dos tomates, perceberão que ali não entra o podar/capar (eu
já vi as imagens todas e não encontro nenhum corte). E reparei que não há um só
tomateiro “pintado”, ou seja, julgo que o Dan não utiliza sulfate nas suas
culturas!
Este
proceder só pode trazer benefícios: primeiro para a saúde humana, pois não há
pesticidas no que se ingere. Segundo, ao não “mutilar” as plantas e nem
“envenena-las” com sulfates, então estas tornam-se mais resistentes às doenças
e ao clima.
Isto
sim, vale bem o “esforço” de colher sementes destes tomates.
Eu
teria entrado em contacto com o Sr. Dan para lhe questionar estes dois temas –
capar e sulfatar -, mas como não sei inglês fica só a intenção…
Relembro
que estou apenas a supor que Dan
McMurray não capa nem sulfata tomates; isto fundamentado só pelas imagens
visionadas!
Deixo
em seguida dois links onde poderão apreciar mais em pormenor o que já relatei.
O
segundo exemplo é o de uma “coleccionadora” americana (julgo que de NY), que
cultiva todos os anos mil e tal espécies de tomates, e nem um capa. Nem um
ladrão/rebento retira.
Dirá
o leitor: “Mas isso assim dá tomates mais pequenos e tardios”?!?
Sem
dúvida! Mas também dá frutos mais saudáveis, e com um sabor genuinamente forte
a tomate.
Verdade
seja dita, já que estou aqui a pregar Frei Tomás…eu vou continuar a capar…mas
talvez faça a experiência num tomateiro, de não lhe retirar nem “um cabelo”
Então
que fazer quem pretende capar/podar tomates?
É
simples…Primeiro acabar de vez com os cortes à mão, pois quando andamos na
horta só carregamos “doenças” entre as unhas. Os cortes devem ser feitos com
uma tesoura (de cozinha ou roupa), ou então com uma faca.
Desinfectar
a tesoura a cada corte! Eu sei que não é prático nem chique...mas basta andar
com um pano ensopado de lixívia, e limpar a tesoura a cada corte para se evitar
uma possibilidade de infecção na planta.
Segundo,
e tal e qual os humanos, quando nos ferimos utilizamos plantas para sarar
(etc), pois então, as plantas também podem sarar com outras plantas!
Sim,
mais uma vez o que vou dizer é chato…e não é cómodo…mas se é em prol do nosso
bem – pois se queremos comer frutos e legumes sãos -, então não custa nada
colocar em prática!
Após
cada corte convinha sarar a planta com uma “pomada”, que é: folhas de Salvia,
ou Urtigas, ou Consolda, trituradas (a ficar em “pasta”), e deitar em cima do
corte. A cinza da lareira também parece ter um efeito de “pomada” (protecção).
É
claro que quando se cultiva em grande quantidade, sai mais cómodo… aplicar a
“pomada” insecticida…ou fungicida…
Eis
os links do fórum:
A -
http://tomodori.com/3culture/taille_sur_une_tige.htm
B -
http://tomodori.com/3culture/taill_sur_2-tiges.htm
Este
segundo link (B) mostra outra forma de podar, que mais parece um enxerto…
Não
lhe dou aqui destaque pois não vejo qualquer benefício com aquele sistema!
Aliás, se aquilo fosse feito num tomateiro Coração de Boi, acredito que os
tomates seriam do tamanho de um morango…E já não era nada mau…
Resumindo:
este sistema nunca poderá ser chamado de capar,
pois capar significa retirar os ladrões/rebentos dos tomateiros que nascem
nas axilas dos ramos, ou em certas espécies – principalmente os cerejas -,
nascem mesmo do tronco e desviado dos ramos.
Se carregarem em cima das imagens será visível em maiores dimensões!
Produção Jones
Este foi o nome que achei mais correcto para
este sistema!
Produção de produzir mais tomates, e o Jones
vêm do T.C. Jones, pois foi nesta espécie que fiz a experiência em 2011.
Se forem ver a tabela que eu escrevi sobre a
produção de tomates em 2010, notarão que eu indico como produção para o T.C.
Jones de 13 tomates. Pois então, em 2011 decidi…que este tomateiro havia de dar
mais tomates. E deu!
Este “sistema” é super fácil de fazer, e passo
a explicar:
Tal como no sistema anterior, aqui também
deixo nascer dois cachos de tomates. Ora, antes de nascer o terceiro cacho
“real”, ou mesmo que nasça o terceiro, deve-se deixar nascer um ladrão/rebento
logo acima do segundo cacho. Este ladrão/rebento, e ainda com poucos
centímetros, dará um cacho de tomates. Mas o ladrão continuará a crescer após o
surgimento do primeiro cacho e é aqui quando convêm intervir, ou seja, cortar a
ponteira do ladrão após o surgimento do primeiro cacho. Simples!
Eu fiz isto num T.C. Jones – já referido em
cima -, e deixei crescer dois cachos de ladrões: um logo acima do segundo cacho
real, e o outro foi no terceiro ou no quarto (?).
Enfim, isto para dizer que houve uma altura da
temporada que contei os tomates nascidos neste pé, e a contagem deu 26 tomates;
mas atenção: havia ainda várias flores. Ou seja, com este sistema dupliquei a
produção!
Dirá o leitor que também colhi tomates mais
pequenos?
Confirmo!
Se em 2010 os tomates desta espécie eram entre
as duzentas e as quatrocentas gramas (e o maior tinha 631gr), com este sistema
já pesavam todos entre as 150 a 300 gramas. Não é nada mau!
Também confirmo que amadureceram entre duas a
três semanas mais tarde. Mas valeu o esforço por todo o resultado final.
Ah!, é preciso cortar a ponteira para os
tomates amadurecerem mais depressa (eu fiz isso quando o tomateiro tinha
1.80/1.90m de altura).
Este é o tal T.C. Jones onde fiz a experiência em 2011.
A imagem só capta metade do tomateiro (eu tinha imagens de todo o tomateiro mas não a encontro. Eu sei que pode agora parecer conveniente mas é verdade), e mesmo assim já consigo contar 17 tomates. Mas lembro-me muito bem de ter contado 26 tomates - pena não ter a imagem completa.